Cibele soltou!




Ross solta Phobe do mesmo jeito que Cibele me soltou.


- Não solta!

Cibele soltou. Cibele Soltou.

Desespero, porém Carpe diem. Por alguns segundos esqueci a raiva.

Eu não andava de bicicleta, mas com a bicicleta. Tipo a Phoebe. (Acesse este link e confira)

Desci ladeira abaixo na mais profunda sensação de liberdade. O guidão da bicicleta me guiava até me dar contar que Cibele havia desobedecido meu apelo. Por mim, poderia ficar pedalando o dia inteiro, debaixo daquele sol endiabrado. Que seja. Era como voar. 

Quando olhei pra trás e vi que Cibele não estava mais comigo, me desesperei. Fui de encontro à parede. Senti-me traída. Primeiros sinais de uma legítima canceriana. Fiz drama. Estava indignada. Porra, velho. Cibele havia me abandonado. Minha irmã. O que esperar do mundo?

As horas se passaram naquele dia que não me recordo à data e carregaram a raiva para um lugar distante. Os anos me mostraram que não havia sido traída. Fui ficando cada vez mais aliviada e feliz. Cibele nunca me traiu. Na verdade, foi uma questão de sorte. Sorte por que descobri uma coisa nova, conheci uma sensação diferente, aprendi com minha irmã. 

A gente só entende certas coisas algum tempo depois. A vida é feita de delays. O importante é que um dia a mensagem chegou. E chegou logo, tipo sedex. Reconheci que àquele dia foi essencial para minha formação. Se Cibele não tivesse soltado, hoje estaria com mais raiva por não saber andar de bicicleta. Cibele, me solte quando for necessário (Avisa antes, tá?). Mas, nunca solte a minha mão. Nunca.

Comentários

  1. AFF MARIA QUE ORGULHO DE SER AMIGA DE UMA ESCRITORA NATA! TALENTO PURO!!!! ❤❤❤

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