A verdade que ninguém comenta

Quantas vezes já precisamos da mão de alguém, mas essa mão não pôde estar lá com você porque estava ocupada demais com o lance de ser adulto? Reunião, pausa para o café, pagar boletos, cansaço, dormir. E se repete até a aposentadoria (agora não sei, já que a aposentadoria se tornou uma coisa muito distante pra que tem menos de 100 anos). Outra tantas vezes você lembra que nunca mais estirou sua mão, disponibilizou o ouvido ou ofereceu seu abraço para alguém que você fazia isso sempre. Uma coisa, que no passado, em outro ciclo, era tão natural. Porque o lance de ser adulto é sufocante e quando a gente acha um tempinho é para respirar.
O lance de ser adulto é cheio de incertezas. É porque esse lance de crescer exige muito, sabe? Aí você lembra que como não tem tempo de ver alguém pessoalmente, manda coraçãozinho no whatsaap e tá tudo certo. É porque nesse lance sério de ser adulto só temos tempo para a interação virtual. Muito maduro tentar manter o elo através de emoticons.
Baseado nesse lance todo de ser adulto foi que o menino Peter Pan nunca quis saber desse lance todo de crescer, pois intuía: por mais que você seja um adulto legal, esse lance superimportante fere a alma da criança que você foi. Porque esse lance de ser adulto é pesado e se sentir sozinho na multidão é quase sempre uma constante. Sorte do menino Peter ter nascido em outro mundo onde o lance de ser adulto não existe pra ele.
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