O que é aproveitar a vida pra você?


É correr na Praça Alexandre Arraes ao som da música tema de Rock Balboa e me sentir o próprio Balboa. Por alguns minutos esquecer daquilo que é banal, mas que de alguma forma consegue ter um espaço saliente em sua vida. É ler poema de Pessoa e saber que sua alma, assim como a minha “é um lago de indecisões”, e quando Leminski diz “que tudo passe, mas passe bem”. E depois escrever alguns versos distraídos, entre um gole e outro de café.

É ficar encantada com uma grande história (verídica ou fruto da imaginação). É se reconhecer em um personagem como me reconheço na Rory Gilmore. É sorrir por nada, até por que, desde quando é necessário de motivo pra sorrir?

É escutar Adele e ser transportada para aquela melodia que fala com você. É tão empolgante quando uma música fala com você, pra você. É observar as pessoas da janela do ônibus e depois escrever sobre elas. É viajar e conhecer lugares novos. É assistir ‘Na natureza selvagem’ 10 vezes e admirar a coragem de Alexander Supertramp, compreendendo o sentido da afirmação “A felicidade só é real quando compartilhada”.

É permitir-se ver ‘Esqueceram de mim’ e pensar que você vai bolar o mesmo plano do Kevin caso alguém entre na sua casa na calada da noite sem ser convidado. É estar com a família e saber que o melhor lugar do mundo não são coisas, mas estar com as pessoas que você ama. É ter amigos em que você possa confiar totalmente.

A cada vento que sopra no teu ouvido e você consegue dar aquela respirada e recarregar a bateria. É o depois da discussão, a reconciliação. É não ter certeza de nada. E saber pouco de tudo. Afinal, 'tudo' é muito grande e inatingível. É aquele sentimento de que ajudou alguém. É tomar uma, duas, três smirnoffs e sorrir para uma árvore. É admirar o namoro entre céu e mar e respeitar o silêncio.

É você não planejar nada para aquele dia e tornar-se um dia memorável. Saber que ainda é domingo e você pode dormir um pouco mais. É dançar sem saber. É o cheiro de tapioca com amendoim mergulhado no café. É fazer palhaçadas para sua sobrinha e ela soltar aquela gargalhada que te faz a pessoa mais feliz. Uma gargalhada de bebê é a coisa mais linda dessa vida.

É não se encaixar na forma que as pessoas aproveitam a vida delas. Cada um aproveita como dá, como quer, e se você tenta se encaixar, alguma parte de você vai ficar de fora, você vai sentir-se incompleto. Aproveitar a vida é subjetivo. São instantes que te deixam completos. A gente entra nessa bagunça sem saber quando volta. Então, a gente vai se ajeitando e aproveitando. Bom, é isso.

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