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Mostrando postagens de agosto, 2017

Não será sempre cinza assim

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O início da estrada é uma reta. Abasteça o tanque com simplicidade, que a viagem seguirá tranquila. Aos poucos, nos deparando com as curvas, na maioria das vezes, desafiadoras. Outras curvas são alívio, pois é nelas que encontramos a essência da estrada, aquilo que nos move. Seguimos. Ao longo do caminho paramos em alguns lugares para descansar. Nessas paradas encontramos afeto, o pôr do sol, o nascer do sol, um alpendre onde o vento faz a curva... E tudo passa. Seguimos viagem. Ninguém sabe ao certo a quilometragem, mas é preciso continuar. Às vezes o pneu fura, o motor dá uma pane, a bateria descarrega. É preciso continuar. A viagem é difícil, mas vale a pena. O céu estrelado ilumina a noite dos viajantes. Durante o dia, o sol do sertão também ilumina a jornada. O cansaço chega, mas também passa e amanhã o dia renasce. O melhor dessa viagem é compartilhar a felicidade com outras pessoas que encontramos no caminho e seguem viagem com a gente. Toda manhã é um presente para o vi...

Parte III - Machu Picchu

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Há exatamente um mês estive em Machu Picchu. Vi o sol nascer em uma das sete maravilhas do mundo moderno e vivi uma realidade que ultrapassou as fronteiras de qualquer expectativa. O ano era 2004, durante as aulas de História, quando o sonho de conhecer Machu Picchu floresceu. O ano é 2017, especificamente, 06 de junho. O dia que cheguei lá. Não estava dentro de um livro, embora respirasse história naquele momento. Não era uma pesquisa do Google, embora ainda olhe para as fotos sem acreditar que estive ali. Depois de uma fila gigantesca e uma viagem de meia hora de ônibus, observando precipícios, montanhas e alguns aventureiros que percorriam o caminho a pé, cheguei. Finalmente cheguei e entendi o porquê de Machu Picchu também ser conhecida como “cidade perdida”. Uma das sete maravilhas do mundo moderno. Um sonho, um encanto! A cidadela dos Incas é longe. Requer disposição e fôlego. Cada respirada mais a fundo, cada lampejo de saudade, cada esforço, valeu e como valeu. Lembrei...

Parte II - Águas Calientes/Machu Picchu Pueblo

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Cinco graus marcaram a segunda parada para a realização do meu sonho de infância. O trem, saindo da Estação de Poroy (Cusco), partiu pontualmente às 06h40min. As janelas embaçadas pelo frio não atrapalharam o cenário natural que passava diante de mim. Eu, ainda incrédula com tamanha beleza, estava dentro de um sonho. Nunca havia viajado de trem, então acabei vivendo uma experiência que nem estava dentro do roteiro primário, mas que veio para enaltecer esta jornada pelo Peru. Congelante Não consegui pregar os olhos durante a viagem sobre os trilhos, queria deixar aquela sensação de paz e felicidade bem guardada na memória. E não tem como dormir com uma série de montanhas e o Rio Urubamba te convidando para viver este sonho. Por vezes, me perdi tentando enxergar até onde iam algumas construções Incas que já estavam à mostra. Cheguei ao Povoado de Águas Calientes/Machu Picchu Pluebo ainda pela manhã. A temperatura estava bem mais agradável que em Cusco. Ao cruzar a ponte de madei...

Meus dias no Perú - Parte I

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A cordilheira dos Andes... Tenho que começar por ela. É tão bela, tão grandiosa e delicada. Ao mesmo tempo, forte, concreta e abstrata. Uma pintura infinita aos olhos. A cordilheira dos Andes é diversidade em cada ponto. Já foi testemunha de tanta história. Fica na memória de quem passa por ela. Em alguns momentos um tom grisalho enaltece seu brilho. Cordilheira dos Andes Você já se sentiu pequeno? Eu já. Diante da Cordilheira, era tão menor de que uma formiga. E só nos resta agradecer. É uma imensidão em silêncio que diz muito. Cada turbulência enfrentada valeu a pena. Cusco. Que cidade encantadora. Um cartão postal para os olhos. Rodeada de história, beleza e montanhas que nos deixam sem fôlego, literalmente. A cidade que foi a capital do Império Inca está situada a 3.400 metros acima do nível do mar. A respiração se perde em um lance de escadas. O corpo sente a mudança climática assim que você cruza a cordilheira dos Andes. Porém, cada ladeira, cada esforço, é recompens...