Caminhada de quinta
Depois da caminhada ao bairro Seminário,
ao lado de minha irmã e de minha prima, achei que não aguentaria outra ladeira
no mesmo dia. Mas, sabe o que acontece? Quando começo com os exercícios físicos
fico numa empolgação fora do normal, mesmo com minhas pernas pedindo pra parar.
Uniformizada com a blusa da seleção brasileira minha prima me convidou para ir
à caminhada de um dos candidatos a prefeitura de Crato. Como boas “andadeiras”
fomos enfrentar mais uma ladeira rumo ao Bairro Pantanal. Nunca tinha ido para
tal lugar, mesmo sendo na cidade em que moro. Quando chegamos em frente ao clube,
não parava de reclamar:
“Tem
que subir a ladeira inteira”?
Alana
me consolava dizendo que não, na primeira esquina nós iríamos dobrar...
Eu e Alana enchemos nossas blusas de
adesivos do candidato, afinal eu já estava de amarelo, se não colocasse um
adesivo iria ser uma espécie de estranha no Pantanal Cratense.
Como Alana tem algumas alunas que moram
no bairro citado, não passamos muito tempo com sede. Sede essa que já estava
provocando uma sensação de arrependimento de ter me esforçado tanto naquela
caminhada. Mas, era questão de orgulho sair do sedentarismo. Entramos na casa
de uma das alunas de minha prima, fomos muito bem recebidas e provando mais uma
vez o refrão da música simplicidade “Quanto menor a casinha, mais sincero o Bom
dia”, no caso “Boa noite”.
A caminhada se estendeu muito por que
os candidatos entravam de casa em casa cumprimentando os moradores, adorando ser “humilde”, tomando um cafezinho e pedindo apoio.
Sei que essa forma de fazer companha se configura há décadas e é realizada em
todos os lugares do Brasil, não digo do mundo por que não conheço outras
culturas. Mas, gostaria que essa prática de visitar os bairros fosse feita
quando os candidatos fossem eleitos, por que nem preciso dizer o que acontece
depois que a campanha termina.
No meio da caminhada, o candidato a
vice-prefeito veio falar comigo e com minha prima. A camisa de Alana da Brito fest chamou a atenção dele, pois
ele também carrega em seu nome o sobrenome Brito. Com toda simpatia, típico ou
não de campanha política, ficou feliz em saber que somos da família Brito do
Sítio Juá, sobrinha de Maria Emília, muito amiga de seu pai. Apertou nossas
mãos com tanto gosto que até parecia que já nos conhecíamos. Depois desse
encontro já não aguentava minha canelas, e eu e alana descemos para casa. Ao chegar
em casa, mancando e muito cansada, relatei tudo para meus pais e mainha
falou:
“Vai
tomar banho”! Eu posso contar a história mais empolgante do mundo, mas mainha
sempre pede pra eu ir tomar banho... Meu Deus!!
“Não
mainha, vai já começar Carrossel”.
Foi uma caminhada de quinta-feira, mas de primeira qualidade, tanto no sentido saudável como para enxergar e reconhecer o cotidiano. Depois de ver cenas da realidade,
preferi me entreter e dar risada com a ficção e a inocência das crianças. Se a
inocência fosse transmitida para a vida adulta, talvez as visitas dos
candidatos à população fossem mais sinceras e não somente antes da campanha,
mas depois dela também.
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