Seleção de Guerreiras




Um espetáculo emocionante. Foi na coragem, na raça e confiança que a Seleção Feminina de Vôlei venceu a partida contra a Rússia nas Olimpíadas de Londres. A pressão que o jogo representava, a lembrança do resultado dos Jogos olímpicos de Atenas e a vontade de conquistar mais um ouro fizeram com que as meninas guerreiras do Brasil se superassem. Superação e tranquilidade definem o jogo que levou o Brasil para a semifinal olímpica. Sincronia nas jogadas, bolas quase caídas na quadra foram salvas, ataques fortes e alegria a cada ponto conquistado. O Brasil estava concentrado.

 Sim, as jogadoras russas não são fáceis, acham o Brasil “um time antipático”. Venceram o primeiro set com dificuldade, um set que a nossa seleção controlou o tempo todo e no final deixou escapar. Mas, o brasileiro já está acostumado com a velha mania dos nossos atletas em querer decidir tudo na última hora. O que mais impressionava era a calma e a serenidade das meninas, serenidade essa conquistada pela experiência e pela motivação do técnico Zé Roberto Guimarães. A Rússia era só mais um desafio que seria enfrentado com maestria. Segundo set, vitória do Brasil, a seleção chegou a abrir uma vantagem de oito pontos, mas as russas ainda conseguiram encostar. Quem recorda da derrota do Brasil para o time russo em Atenas, em 2004, não queria nem imaginar a possibilidade daquele feito se repetir. E as meninas brasileiras também não queriam viver aquele filme novamente.

Vitória da Rússia no terceiro set. Vitória do Brasil no quarto. A partida longa, mas emocionante, era de deixar qualquer pessoa perplexa. Mas, a emoção iria triplicar no Tie brake. 15 pontos separavam o Brasil da semifinal olímpica. Jogo duro, um ponto aqui outro lá, defesas impensáveis que desafiam até a física, bloqueios gigantes, aces. O 13 brilhou. Sheila chamava as bolas para si e virava todas no fundo da quadra, no meio, no corredor, não importa. Sheila brilhou com a ajuda da levantadora Dani Lins, que colocou cada bola no alto, gritando: “Vira Sheila”! Nesse jogo Fabizinha não era a única líbero, por que todas que entraram em quadra salvaram alguma bola quase perdida. 

A Rússia teve seis chances de vencer. Mas, o filme de terror visto em Atenas, estava para ganhar novas protagonistas em Londres. As meninas do Brasil agora são as protagonistas de um dos melhores jogos de vôlei das Olimpíadas de Londres. Apesar de um erro grotesco da arbitragem, as meninas se mantiveram calmas com o apoio da torcida brasileira, sempre vibrante e cheia de confiança, gritando “O campeão voltou”. O campeão olímpico de Pequim não ia deixar a bola cair. A oportunidade que o Brasil teve de fechar a partida foi utilizada com êxito e Fabiana colocou a bola nos pés das russas. Em meio a pulos, choro e agradecimentos à torcida brasileira, as russas se sentaram, desoladas, pensando quantas vezes tiveram a chance de ganhar a partida. As russas pareciam ter dado play ao seu filme de terror londrino. Os arcos olímpicos gravados no braço de Thaísa representam superação e emoção, mostrando que mesmo nas vitórias ou derrotas, o Brasil sempre emociona e surpreende.


Comentários

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Sonho e medo são antagônicos

Andarilho Viajante

O motivo excedeu o machismo