Mar noturno

Já vi infinitas cenas de novelas e filmes em que os protagonistas vivem uma das melhores sensações que um ser humano pode sentir: entrar no mar à noite. Sempre quis fazer isso, parece que lava a alma, renova suas forças, revigora sua crença em si e no mundo e coloca mais tempero em sua vida, literalmente. Na noite de sexta-feira passada, depois de 21 anos de existência, consegui realizar esse desejo. Entrei no mar como se estivesse reconhecendo um velho amigo, reencontrando-o. E realmente estava. Sem preocupação alguma, esqueci-me de tirar até o relógio que havia comprado no camelódromo (ele não é à prova d´agua). Mas, eu estava no mar 23h00min, pulando ondas, ‘tomando caldo’ e agradecendo a Deus por aquela oportunidade, juntamente com os meus amigos.
Em um dos mergulhos, segui o conselho que estava escrito na blusa que vestia: “HAKUNA MATUTA”. Não se preocupe com sua roupa molhada, com seu cabelo cheio de areia e sal ou com o seu dinheiro ensopado. Não se preocupe com nada. Meia hora de banho, meia hora de infinidade, meia hora de abstração, meia hora de um misto quente de sensações. Como agradeci a Deus por aquele momento. Como eu estava feliz. Como eu sou feliz. Entrar no mar à noite revigora a alma. Entrar no mar com os amigos revigora o coração.
Tinha a certeza de que logo, logo alguém gritaria: “temos que ir” e o engraçado que quando ouvi essa frase não senti tristeza, senti gratidão. Eu e Samuel giramos nas ondas, como um casal de novela das nove. Eu e Joaquim oferecemos sorrisos ao mar. Eu e Antônio pulamos nas águas salinas como se fosse a primeira vez que estávamos conhecendo a imensidão daquele paraíso. E as estrelas nos contemplavam e a gente retribuía a simpatia.  Caí duas vezes, sorri duas vezes e não olhei para trás nenhuma vez, o que não adiantaria muito, estava sem meus óculos.
Eu e os meninos deixamos o mar noturno e a única parte chata só viria depois: a areia grudada no pé. E sempre que entrar no mar lembrarei da viagem à Tibau, lembrarei dos amigos comemorando a formatura e da alegria de todos por estarem compartilhando momentos que vão além do facebook, momentos que ficarão  registrados na memória, no coração e nas fotografias. Não, o que aconteceu em Tibau não fica em Tibau, fica na lembrança.  

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